Título do Projeto:

Monitoramento Ambiental das Montanhas da Serra da Mantiqueira e do Vale do Paraíba

 

Autoria / Responsáveis:

Prof. MSc. André Prado (Coordenador responsável)

Prof. Dr. Carlos Roberto de Oliveira Almeida.

 

Resumo do Projeto:

A Escola de Engenharia Lorena - EEL está localizada no Vale do Paraíba, uma região cercada por montanhas da Serra do Mar e da Mantiqueira, que integram o ecossistema da Mata Atlântica. A Serra do Mar teve sua mata nativa quase que totalmente devastada pela formação de pastos improdutivos, exploração ilegal de palmitos e atualmente plantio de eucaliptos.

Possui uma pequena porcentagem protegida por alguns parques estaduais, a exemplo dos parques estaduais  Cunha-Indaiá, Núcleo Santa Virgínia e outros.

A Serra da Mantiqueira ainda não sofreu danos em tais proporções, mas aos poucos vem sofrendo impactos que devem ser monitorados e que merecem muita atenção. O nome Mantiqueira se origina de uma transcrição do tupi para: Montanha que chora, devido à grande quantidade de nascentes, cachoeiras e riachos vistos em suas encostas. O nome dá uma idéia da grande importância da serra como fonte de água potável, formação de rios que abastecem um grande número de cidades do Sudeste brasileiro. Seus riachos formam o Rio Jaguary, responsável pelo abastecimento da região norte da Grande Rio de Janeiro.

Outro rio importante nesse contexto é o Rio Paraíba do Sul, que corta uma região densamente habitada e altamente industrializada no eixo Rio-SP.

 As montanhas da Serra da Mantiqueira constituem uma formação geológica que compreende um maciço rochoso que possui grande área de terras altas, entre 1.000 a quase 3.000 metros de altitude, ao longo das divisas dos Estados de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro, sendo este o único Estado a abrigar uma reserva florestal federal, como o Parque nacional das Agulhas Negras.

Trinta por cento (30%) desta serra estão localizados no Estado de São Paulo.

Estudos realizados por geólogos da Universidade de São Paulo detectaram que as montanhas da Serra da Mantiqueira representam duas das principais ocorrências de rochas magmáticas alcalinas do Brasil; resultantes do resfriamento do magma do interior da Terra. Essas rochas, de coloração escura formaram-se há milhões de anos e, são ricas em sódio e potássio e em minerais como o feldspato. Essas rochas de até 250 milhões de anos, contam sobre a formação do Brasil e os movimentos da crosta terrestre. A análise química sugere que as rochas se formaram a partir de um magma heterogêneo que ocupava a região do manto, a camada interna pastosa do interior da Terra cuja temperatura pode atingir 1.200ºC. A profundidade não seria tão grande: esse magma estaria próximo da zona de transição para a litosfera, a estrutura superficial do planeta, com cerca de 100 quilômetros de espessura, que inclui a crosta terrestre, que forma os continentes. O magma, viscoso e incandescente, foi enriquecido por elementos fluidos, principalmente água, cálcio e flúor, além de metais alcalinos terrosos como magnésio, berílio e bário.

Mesmo depois de resfriadas as rochas alcalinas magmáticas continuam até hoje localizadas a algumas dezenas de quilômetros de profundidade, embora possam aflorar à superfície. A Serra da Mantiqueira possui uma considerável concentração de rochas alcalinas, que representam cerca de 1% do total das magmáticas do planeta. Ficam em segundo plano em relação a seus parentes mais próximos e populares: os basaltos, com pouco potássio e muitos silicatos, responsáveis pela formação de solos férteis conhecidos como terras roxas, e os granitos, ricos em quartzo e mica, usados como peças de revestimento, em calçamentos e em lápides de cemitérios.

Ainda que sendo uma espécie de prima pobre dos basaltos e dos granitos, as magmáticas alcalinas, especialmente os carbonatitos, apresentam um alto potencial econômico. Nas regiões de Jacupiranga, em São Paulo, de Araxá e de Tapira, em Minas Gerais, e de Catalão, em Goiás, aparecem associadas ao fosfato, muito usado na indústria de fertilizantes. Araxá, além de reservas de fosfato, concentra a maior jazida mundial de nióbio, um metal bastante resistente e usado na construção de ligas para a indústria de aviação e espacial.

Entretanto, a exploração do turismo na região do Vale do Paraíba tem atraído um número considerável de pessoas em busca lugares repletos de natureza, o que também inclui as montanhas neste roteiro. Devido à vasta quantidade de nascentes, de grande importância como fonte de água potável e para a formação de rios.

A finalidade deste projeto será efetuar análises periódicas da água, do ponto de vista físico-química e bacteriana. O solo também deve ser analisado em alguns aspectos, inclusive observando a existência de erosões e os impactos gerados pelos turistas e montanhistas que se utilizam as trilhas. Uma análise recente da água encontrada próxima ao Pico dos Marins detectou inclusive a presença em quantidade de coliformes fecais, o que a torna completamente inadequada para consumo. Também será dada especial atenção à preservação da mata nativa da região, a introdução (legal ou não) de espécies estranhas ao ecossistema estudado. Através de questionários previamente elaborados, será feito um levantamento sócio econômico ambiental com os moradores da região, inclusive os proprietários de fazendas, pousadas, ranchos e hotéis.

Devido a grande extensão da Serra da Mantiqueira, o projeto abrangerá as seguintes áreas específicas: conjunto de montanhas da Serra Fina, Pico dos Marins, Pico do Itaguaré e arredores.

A metodologia empregada envolverá análise das montanhas citadas acima para coleta de água, observação da temperatura média e do solo nas estações do outono e inverno principalmente, pois devido ao inverno seco típico da região e a ausência das chuvas permite melhor acesso às montanhas. Serão elaborados relatórios, com levantamento fotográfico, sendo que os resultados levados ao conhecimento da sociedade e das autoridades competentes, com propostas de soluções.

 

Objetivos do Projeto:

Entre outros o objetivo deste projeto é: a) é mensurar, fazer o diagnóstico, analisar e apresentar os resultados obtidos, propondo alternativas de uso e ocupação por meio de atividades de educação ambiental aos moradores e agricultores das partes que dão acesso às montanhas; b) Sugerir ações e preservação da mata nativa e para as partes mais altas das montanhas onde se encontram as nascentes; c) elaborar documentos sobre mínimo impacto que venham a servir de material de estudos interessados na preservação do meio-ambiente; d) inserir os resultados obtidos em uma página da Internet; e) Analisar provável poluição física, química e bacteriológica das nascentes, condições do solo, temperatura (clima) para realizar um diagnóstico sócio-ambiental nas partes mais baixas das montanhas, geralmente habitadas por pessoas que recebem turistas ou fazem uso para plantio (a exemplo dos agricultores do Payolzinho, acesso para o conjunto da Serra Fina).

  

Relevância para a formação dos colaboradores e para a Universidade:

Esse projeto é de extrema relevância ao discente e para a Universidade, pois observa causa ambientais importantes. O aluno aprenderá sobre fatores ambientais e será um futuro propagador da importância da preservação do meio-ambiente. A Universidade estará fazendo sua parte no que tange à Responsabilidade Social, provendo retorno de suas ações principalmente para toda a sociedade local e regional. Cabe lembrar a importância que o meio ambiente representa para toda a população do Vale do Paraíba, ambientalistas da Capital e interessados de várias localidades. Este projeto atende a propostas e está em total consonância com a AGENDA 21 observando a Seção II sobre Conservação / Gestão de Recursos cujo capítulo 13 requer a Proteção aos Ecossistemas das Montanhas. Os professores responsáveis pelo projeto são membros oficiais do Programa USP Recicla da Escola de Engenharia de Lorena, tendo total interesse em apresentar os resultados aferidos no projeto em praças públicas, escolas de Ensino Médio e Superior, Universidades, Clubes de Serviços (Lions, Rotary e Maçonaria), Diretoria Regional de Ensino, ONGs e Sindicatos. Será aceita a coloboração de outros Docentes, Técnico-Administrativos e Discentes que almejem se envolver voluntariamente com o projeto, visando envolver o maior número de pessoas possíveis de pessoas para  atuarem com a bioconsciência e serem células propagadoras das causas ambientais. Este projeto terá como escopo principal à função educacional, dimensão social e trazer benefícios ao discente. O bolsista estará sendo avaliado em suas habilidade e em todas os critérios de desempenho para sua melhor formação.

 

Atividades a serem desempenhadas pelos colaboradores:

a) atuar nos levantamentos bibliográficos, acompanhando os experimentos e análises realizadas em laboratórios pelos servidores da Escola de Engenharia de Lorena; b) participar do trabalho de campo para observar o grau de conservação e preservação do solo, mensuração da temperatura climática e realização da coleta de água que serão analisadas;  c) acompanhar as entrevistas e questionários, trabalho de Educação Ambiental com moradores, agricultores que habitam as partes que dão acesso às montanhas; d) auxiliar na elaboração de material didático com os dados, conclusões e propostas de soluções para os problemas encontrados; e) auxiliar nas palestras que serão realizadas para a comunidade e interessados.

 

Download de Resultados (clique neste link)

 

Participantes / Apoiadores: Instituição Contribuição
Professora Dra. Maria Bernadete de Medeiros EEL - USP Pesquisadora Colaboradora (Laboratório de Microbiologia)
Professor Dr. Arnaldo Márcio Ramalho Prata EEL - USP Chefe do Departamento de Biotecnologia
Mateus de Souza Amaral EEL - USP Aluno orientado / Bolsista Coséas
Fabrício Batista Ferreira EEL - USP Funcionário / Colaborador
Bárbara Pereira EEL - USP Funcionária / Colaboradora
Alain Gabriel dos Santos Centro Paula Souza Aluno / Colaborador
Alex S. Santos Fatea / Salesianas Aluno / Colaborador
Alline Reis Magalhães EEL - USP Aluna / Colaboradora
André Rodrigues Prado IST / Salesianas Aluno / Colaborador
Bruno Vidal EEL - USP Aluno / Colaborador
Gabriel Fortini EEL - USP Aluno / Colaborador
Fábio Cabral Silveira EEL - USP Aluno / Colaborador
Ismael Nunes de Lima EEL - USP Funcionário / Aluno / Colaborador
Isnaldi Rodrigues de Sousa Filho COTEL - EEL - USP Aluno / Colaborador

 

Aprovação e apoio:

                                                                     

Participação em outros Projetos de Pesquisa:

Colaborador na Fase II do Projeto FAPESP 1995/6374-0 (Implantação da rede acadêmica da FAENQUIL - Campus I)

Colaborador do Projeto FAPESP - Fase IV (Complementação Infra Estrutura de Redes WAN e LAN nos campi da FAENQUIL)

Nota: Caso deseje maiores informações sobre os resultados dos projetos envie uma mensagem clicando em contato na página principal.